sábado, 5 de dezembro de 2009

Pneus em melhor estado devem ficar na dianteira ou na traseira?

A manutenção preventiva do carro envolve, principalmente, os pneus. Neste período de férias, quando os motoristas utilizam estradas e rodovias com mais frequência, o cuidado com esses componentes deve ser redobrado.

Para evitar dor de cabeça e garantir a segurança de todos a bordo, o indicado é fazer o rodízio dos pneus a cada 10 mil km, no máximo. Desta forma, o motorista garante o desgaste homogêneo dos quatro pneus.

No entanto, é muito comum que um par sofra um desgaste maior do que o outro e, por isso, na hora de fazer a troca o proprietário do veículo compra apenas dois pneus. Então surge a dúvida: o mais indicado é colocar o par novo no eixo dianteiro ou no traseiro?

Antes, um alerta. “Se um par sofreu um desgaste maior do que o outro, significa que o motorista não obedeceu o prazo correto do rodízio ou nem o fez”, afirma o piloto. “O momento da troca é indicado por um ponto de borracha que fica entre os sulcos na direção da inscrição TWI, localizada na lateral do pneu. Se este ponto está encostando no chão é sinal que está na hora de fazer a troca."

Mas se a dica chegou tarde e somente dois pneus estão desgastados, vamos para pista fazer o teste. Na primeira volta, o piloto optou pelos pneus usados na dianteira e os pneus novos na traseira. "Muita gente afirma que está é a configuração mais segura para o carro", diz Urnhani. Logo na primeira curva, em quarta marcha, a 70 km/h e em pista molhada, é possível sentir o carro perdendo a aderência. "Por meio do volante o motorista é informado de que a dianteira está querendo sair, mas o veículo não chega a fugir do controle."

Na segunda curva do circuito, um pouco mais fechada, o piloto dá um 'golpe' no volante e tira o pé do acelerador. Mesmo com o carro forçando um pouco a dianteira, o veículo conclui a trajetória sem escapar.

De volta à oficina, a ordem é invertida. Os pneus bons vão para a dianteira e os pneus meia vida para a traseira. "A sensação de segurança é muito melhor do que na situação anterior, porque o volante transmite a aderência das rodas dianteiras para quem guia", afirma o piloto. Mas ao entrar na primeira curva o carro já sai de traseira e exige habilidade do condutor para evitar que o veículo rode na pista. "A diferença neste caso é que o motorista não sente a traseira escapando e quando vê já é tarde."

Na segunda curva, rodar foi inevitável. "Ainda bem que estamos em um campo de provas. Se fosse na estrada nós estaríamos em uma situação bem ruim", diz Urnhani. "Portanto, os pneus novos devem ser colocados no eixo traseiro do carro e os pneus usados na dianteira e essa recomendação serve tanto para os veículos com tração dianteira, quanto para os de tração traseira."

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1404006-9658,00-VEJA+COMO+FAZER+A+TROCA+DE+PNEUS+DE+FORMA+SEGURA.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Confusão no tanque

Há quase quatro anos a tecnologia bicombustível está no mercado. Em outubro, 86,5% dos carros fabricados no Brasil saíram das linhas de montagem com a tecnologia, que permite o abastecimento com álcool, gasolina ou a mistura de ambos. A despeito do sucesso, uma série de dúvidas paira entre os consumidores e com elas surgem os mitos, que não passam de crendices pela falta de conhecimento.

Consumo
Basta entrar em um táxi ou esticar a conversa com o frentista para concluir que os carros flex consomem mais que os modelos que usam apenas um combustível. O supervisor de serviços técnicos da Ford, Reinaldo Nascimbeni, explica que a relação não é tão direta assim. Segundo ele, para ser capaz de queimar álcool e gasolina foi preciso aumentar a taxa de compressão do motor, o que, conseqüentemente, gerou melhor performance e, em muitos casos, aumentou a potência. "Por isso, comparar o mesmo motor a gasolina com um bicombustível é errado, são propulsores diferentes", explica.

O chefe de engenharia de aplicação de sistemas da Robert Bosch, Flávio Vicentini, responsável por desenvolver a tecnologia bicombustível para diversas montadoras, explica que o segredo para manter o consumo é o sensor que faz a leitura do tipo de combustível a ser utilizado. Vicentini explica que o álcool exige taxa de compressão maior e que o sensor que faz a leitura é capaz de encontrar a equação exata para trabalhar com o derivado da cana-de-açúcar, do petróleo ou misturados.

Equação
Vicentini acredita que a desconfiança em relação ao consumo vem do fato de muitos motoristas usarem gasolina com um resto de álcool no tanque. Isso ocorre porque o motor a gasolina é mais econômico, enquanto o álcool proporciona melhor desempenho. Tanto que para decidir com qual dos dois encher o tanque, o motorista deve dividir o valor do litro do álcool pelo valor do litro da gasolina e depois multiplicar o resultado por 100. Assim, se o resultado for superior a 70 o ideal é usar gasolina e se for menor, o álcool. Exemplo: com os preços médios dos postos de Belo Horizonte, segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP): R$ 1,421 (álcool) / R$ 2,282 (gasolina) = 0,62 x 100 = 62. Na capital, abastecer com o derivado da cana-de-açúcar é mais econômico.

Primeira
Outra teoria é que o primeiro abastecimento do carro deve ser com gasolina. Para Nascimbeni isso é mito. Ele acredita que a origem da inverdade é que quando os carros deixam a fábrica saem com gasolina no tanque, mas isso, segundo ele, é uma questão logística, pois manter apenas um tipo de combustível na fábrica é mais simples. Vicentini reforça a mitologia do primeiro abastecimento e confirma que o veículo pode ser abastecido com qualquer álcool ou gasolina, independentemente do momento.

Limpeza
Porém, Nascimbeni e Vicentini têm visões diferentes quanto a abastecer o carro somente com um combustível. Segundo Nascimbeni, a recomendação da Ford é que a cada 5 mil quilômetros rodados, caso o motorista use apenas um tipo de combustível, ele deve encher o tanque com o que não abastece. A medida visa principalmente aqueles que só usam o álcool. A recomendação da Ford é preventiva, salienta Nascimbeni, e visa retirar o depósito de resíduos da carbonização, localizados, principalmente, na base de válvula de admissão. "A gasolina tem solventes diferentes em sua composição e que dissolvem os resíduos em sua passagem pelo sistema", explica.

Picaretagem
Já Vicentini explica que a recomendação da Ford não se aplica aos sistemas desenvolvidos pela Bosch, que contempla veículos das seguintes marcas: General Motors, Peugeot, Citroën, Volkswagen, Honda e Fiat. Entretanto, ressalta que por ser mais corrosivo que a gasolina, o álcool exige que todas as peças da injeção em contato com o combustível sejam protegidas. Porém, diversos componentes do sistema são específicos dos motores flex, como o sensor de oxigênio (ou sonda lambda) aquecidas; injetores de combustível com maior área de vazão; regulador de pressão com materiais especiais; kit bomba de combustível com proteção a corrosão e blindada; filtro de combustível especial para filtragem de álcool; velas de ignição com extensão de temperatura ampliada, válvulas e assentos de válvulas do cabeçote em material especial, módulo de controle eletrônico do motor com alta capacidade de processamento, alta velocidade de cálculo e maior capacidade de memória. Isso prova que os kits comercializados no mercado para conversão para bicombustível são insuficientes e comprometem o funcionamento. Se fosse fácil, as montadoras não precisariam investir milhões em pesquisa.

Tanquinho
Existem dúvidas também em relação ao uso do reservatório de partida a frio, o popular tanquinho. O reservatório deve ser abastecido com gasolina quando o tanque está com álcool e a temperatura for inferior a 20°C. Isso porque com o álcool pode haver dificuldade na partida e a gasolina do reservatório é utilizada, evitando forçar a bateria. Entretanto, o tanquinho exige cuidados especiais. Como a gasolina tem validade de 90 dias, se não for utilizada nesse período pode gerar formação de goma, danificando o sistema. Por isso, o ideal é usar gasolina premium, com validade de um ano, ou ficar atento para as datas de abastecimento e substituir a gasolina antes do envelhecimento. Há alguns modelos, como os da Honda, que todas vezes em que o motor é ligado, a gasolina é injetada, independentemente de ser necessário ou não. Esse procedimento evita o envelhecimento do combustível.

Fonte: http://noticias.vrum.com.br/veiculos_nacional/template_interna_noticias,id_noticias=25687&id_sessoes=1/template_interna_noticias.shtml